nova missão

Conheça o novo comandante da 3ª Divisão do Exército de Santa Maria

Camila Gonçalves


Foto: Renan Mattos (Diário)
De volta a Santa Maria, o general de divisão Mauro Sinott Lopes assumiu o comando de 20 mil militares da 3ª Divisão de Exército (3ª DE)

A missão de chefiar um efetivo de 20 mil homens e mulheres que abrange 303 dos 497 municípios gaúchos vai ser mais um desafio para o general de divisão Mauro Sinott Lopes, 58 anos. Ele assumiu, na sexta-feira, o comando da 3ª Divisão do Exército (3ª DE), em Santa Maria, unidade que abrange o maior aporte de blindados do país.

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O general recebeu a gestão da Divisão Encouraçada das mãos do general Giovany Carrião de Freitas, que agora assume a 6ª Brigada de Infantaria. Sinott poderia ter assumido em março, mas estava à frente da chefia de gabinete da Secretaria de Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio. Ao lado do interventor, o general Walter Souza Braga Netto, Sinott deixou sua marca nas ações e no planejamento da reestruturação das forças de segurança do Estado.

Pela terceira vez em Santa Maria, o oficial gaúcho traz com ele o crédito de ter contribuído para a cidade se tornar a Capital dos Blindados em plena revolução tecnológica e a experiência liderar tropas no complexo da Maré (RJ), na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) Haiti e de coordenar o esforço contraterror na Olimpíada do Rio em 2016.

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Diário de Santa Maria - O senhor foi comandante do Centro de Instrução de Blindados durante a revolução tecnológica dos carros de combate. Foi um desafio? 
General de divisão Mauro Sinott Lopes - Foi uma experiência bem-sucedida do Exército, porque concentrou todo ensino de blindados, não só o tático, mas também o emprego tático e operação. De 1990 para cá, os blindados no mundo começaram a agregar mais tecnologia. Isso exigia um operador com formação mais técnica, mais especializada. Esses carros possuem computadores de tiro, comandos hidráulicos. Essa nova geração com mais tecnologia embarcada levou o Exército a criar a Escola de Blindados, que é o Centro de Instrução de Blindados, onde passam todos os operadores. Quem lida com blindados no Brasil passa pelo CBlind. É uma referência internacional.   

Diário - Como foi a sua participação na Secretaria de Intervenção Militar no Rio?
Sinott - O Rio já tinha uma intervenção de natureza econômica, porque o Estado estava sob regime fiscal diferenciado. Aí teve uma na área de segurança pública, que nada mais foi do que passar o controle operacional dos órgãos de segurança para nós. Porque, quando eu tenho a GLO (garantia da lei e da ordem), só o controle, eu emprego o servidor. Se eu tenho o comando e o controle, a logística dele é minha. Este é o nosso conceito militar de comando e controle, e é o que nós temos lá. E o que eu entendo por gestão? É a execução do exercício financeiro dos recursos destinados à segurança pública.   

Diário - Como o senhor recebeu a interpretação de parte da opinião pública de que poderia haver restrição de direitos com a intervenção militar?
Sinott -
Segurança pública é uma questão de percepção. Sensação de segurança. Para as pessoas, segurança pública é ver soldado na rua, e a intervenção não é botar gente na rua. Nós tivemos um incremento das ações com soldado na rua porque a intervenção trabalhou em dois eixos: recuperação da capacidade operacional dos órgãos de segurança, que é o que dá o sentido de trabalho da intervenção de longo prazo, de perpetuar o que vai ser conduzido pelo próprio órgão. Outro eixo era a redução dos índices de criminalidade, que é melhorar a percepção de segurança. Para atingir isso num curto prazo, incrementamos as operações para ter mais áreas cobertas por policiamento ostensivo. Não é nossa missão, é missão da polícia, mas enquanto ela não recuperar a capacidade para que ela adquira essa condição, eu vou ajudá-la. Todo mundo quer uma solução rápida e, pior, soluções rápidas para problemas complexos.


Foto: Renan Mattos (Diário)

Diário - Houve um movimento que pediu intervenção militar no país, durante a greve dos caminhoneiros. Como o senhor vê isso?
Sinott - É a associação que as pessoas fazem das Forças Armadas em contraponto a esse apagão ético e moral que houve. Ele acha que a gente é a solução para os problemas. É natural que tenha esse chamamento, mas, às vezes, não se sabe nem o que se está pedindo. O que ele está pedindo? Um balão de oxigênio com ordem, disciplina, respeito às leis. É uma associação que ele faz dessa credibilidade que dispõe a instituição, que é decorrente da pronta resposta que sempre damos. O apagão ético e moral impactou o psicossocial da nação. Prova disso é o próprio desinteresse da população no pleito eleitoral, no questionamento quanto às instituições.   

Diário - Quais os projetos o senhor na 3ª DE?
Sinott - Vamos dar continuidade aos projetos de integração com a sociedade que já existem na 3ª DE. Todos os projetos que temos com a UFSM e a Universidade Franciscana, entre outras instituições. Temos um projeto com a UFN em que vai proporcionar estágios curriculares. Temos inúmeros campos de atuação: educação física, arquitetura engenharia mecânica, elétrica.  

QUEM É

General de divisão Mauro Sinott Lopes

  • Idade - 58 anos
  • Nascimento - Pelotas
  • 1977 - Ingressa no Exército na Escola Preparatória de Cadetes em Campinas (SP)
  • 1983 - É declarado Aspirante a Oficial da Arma de Cavalaria, na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ)
  • 2006 - Assume o Centro de Instrução de Blindados de Santa Maria
  • 2014 - Assume a 6ª Brigada de Infantaria Blindada, em Santa Maria. Comanda tropas de pacificação na comunidade da Maré (RJ) e missão ao Haiti
  • 2015 - Comanda a Brigada de Operações Especiais, em Goiânia (GO). É encarregado de planejar e desenvolver as operações de contra terror para os Jogos Olímpicos do Rio
  • 2017 - Comanda a 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro
  • Também foi chefe do Estado-Maior da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, no Pará, comandante do Corpo de Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio, comandante do destacamento de Segurança na Embaixada do Brasil na Colômbia, e adido do Exército e da Força Aérea junto à Embaixada do Brasil em Portugal

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